Odontopediatria

Com a diminuição da prevalência e incidência de cárie dentária na população, outras doenças passaram a ganhar destaque de estudo na Odontopediatria.

A erosão dentária é a perda progressiva de estruturas dentais (esmalte e dentina) causada principalmente pelo contato dos dentes com alimentos ácidos. O início deste processo é caracterizado por desmineralização que resulta em desgaste percebido como diminuição do brilho e perda de lisura. Persistindo o meio ácido, ou seja, a permanência de uma dieta ácida, implica-se em alterações no tamanho dos dentes devido ao desgaste, modificações na oclusão (mordida), comprometimento estético e sensibilidade.

Na infância, é comum o consumo de alimentos com baixo pH, facilitadores da erosão dentária, visto que possuem na composição ácidos ascórbico, acetilsalicílico, cítrico, málico, tartárico, fosfórico e/ou carbônico. Desta forma, são considerados erosivos uma grande gama de alimentos, tais como: refrigerantes de todos os tipos, doces, sucos industrializados de frutas, vinagres e isotônicos. Percebe-se ainda, relação desta alteração dentária com o uso contínuo de alguns medicamentos, como os antialérgicos e analgésicos.

Em contrapartida, estudos recentes têm mostrado que muitos alimentos possuem ação protetora ao esmalte dentário, diminuindo o risco de danos aos dentes decíduos (de leite). Uma dieta contendo azeite de oliva, iogurtes, camarão, queijos, chá verde e outros produtos parecem ter eficácia na prevenção da erosão dentária.

As lesões erosivas diagnosticadas pelo odontopediatra são tratadas de acordo com a severidade das alterações e incluem procedimentos que podem ser aplicações de substâncias remineralizadoras, restaurações, terapia pulpar (tratamento de canal) ou até mesmo extrações, em casos mais graves.

2º Ten ODT Érico BAHENA - Especialista e Mestre em Odontopediatria